terça-feira, 6 de dezembro de 2011

TCHAKOTA

Tchakota
Em Tchakota – Taba sem lei, em dialeto tupyoinósaqui - cidadezinha do interior do Pará, o prefeito estava preocupado com as pesquisas de opinião que apontavam sua queda vertiginosa. Ele não entendia por que, apesar de contar com ampla maioria na Câmara, gozar de excelente relacionamento com os dirigentes dos sindicatos, não conseguia contar com o apoio da população. O minúsculo foco de oposição ao governo batia na mesma tecla: “o organograma da Prefeitura parece a árvore genealógica da família do prefeito, só tem parente!!”. O alcaide retrucava, sensivelmente magoado: “Criticam-me por zelar por minha família? Não posso ser bom filho, bom pai, bom irmão, bom tio, bom sogro, bom genro, bom padrinho? Que sociedade desumana é essa? Onde vamos parar?”
Reuniu seus secretários e expôs... o que julgava ser o motivo de sua decadência: “Andei visitando uns blogs e verifiquei que meus assessores, em vez de rebater as críticas ao meu governo, enaltecendo as realizações da minha gestão, comparam-na com administrações passadas e presentes, argumentando que estas são piores do que as minhas. Ora, agindo assim, deixam uma mensagem subliminar de que as críticas são verdadeiras. Põem minha administração no mesmo saco das piores. Dirigindo-se aos assessores do 2º escalão, o 1º era ocupado pelos parentes, vociferou solenemente: “Se esta situação perdurar, senhores, colocarei milho sob os joelhos daqueles que se dedicam, apenas, a oscular minhas gônadas.

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