terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Prefeito proíbe professor de comer merenda nas escolas municipais

Prefeito proíbe professor de comer merenda nas escolas municipais de Angra dos Reis.

O prefeito Tuco Jordão proibiu os professores de comerem (merenda) nas escolas públicas municipais.
As pessoas que criticam o nobre alcaide, não percebem a dimensão intelectual, nem o aspecto visionário de tal medida. Argumentam que a administração municipal teria coisas mais úteis e urgentes a fazer do que cortar uma alimentação que de certa forma servia para atenuar a penúria das condições de trabalho dos professores.
Poderíamos fazer uma acurada discussão epistemológica, para entender as razões que motivaram o prefeito. Mas, não temos tempo. Necessitamos correr para almoçar e voltar à escola. E as reuniões pedagógicas são utilizadas para outros fins: repasses da Secretaria de Educação.
... Semelhante à metáfora do mergulhador e o astronauta, os professores (mergulhadores) não têm uma visão do todo como quem está distante da escola como o prefeito (astronauta).
Sendo assim, podemos apenas elencar algumas hipóteses:
Com esta decisão, o prefeito preservaria a saúde dos professores, impedindo-os de ingerirem comida de má qualidade, além de combater a obesidade mórbida. Os professores, mais leves e esbeltos, desenvolveriam suas atividades pedagógicas com muito mais prazer e dedicação; tratar-se-ia, apenas, de uma interpretação literal da expressão “cortar a gordura”; revelaria a preocupação ecológica do prefeito, dada a imensurável economia de palitos de fósforo; e finalmente, o aquecimento da economia local com a venda de croquetes e marmitas.
Em última análise, o prefeito calaria a boca daqueles que afirmam que “ele não faz nada!”.
Entretanto, não devemos deixar que a indignação e o incômodo roncar de estômago, nos conduza a cometer injustiça.
O que poderia parecer uma daquelas medidas de alta visibilidade e nula efetividade tão ao gosto de políticos que só enxergam à frente a próxima eleição; uma medida pirotécnica, no intuito de compensar a ausência do mesmo cuidado com a coisa pública em áreas onde o volume de recursos e interesses envolvidos realmente o justifica, não passa de um elogiável excesso de zelo do prefeito com a sofrida classe docente.

Iremar de Paula
(Publicado em 29/9/11, no feicibuque.

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