quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

CIRCUITO CULTURAL PARA ANGRA DOS REIS – ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A criação de um circuito cultural envolvendo municípios do estado poderia contribuir, e muito, para a formação e profissionalização dos artistas do município. Veja o que ocorre com o teatro, área a qual estou mais ligado. Atualmente, atores e atrizes, aos trancos e barrancos, têm um trabalhão para montar um espetáculo, quase sempre depois de uma jornada de trabalho e o apresentam apenas num final de semana. Com isso não desfrutam da necessária experiência para aprimoramento pessoal, tampouco para eventuais ajustes na montagem da peça. Estou me referindo aos espetáculos montados para apresentação em teatro, mas com o teatro de rua acontece situação idêntica. Excetuando os heróis e heroínas que se atrevem a participações esporá...dicas em festivais, a maioria das vezes sem apoio do poder público, nem do empresariado, grande parte dos espetáculos tem vida curta. No ano passado, por exemplo, a Fabrika de Entretenimento apresentou o espetáculo Conto de Phadas três vezes no Convento São Bernardino de Sena e uma vez na FITA, com casa cheia. Foi um sucesso e o público ficou com gostinho de quero mais. Mas com o nosso teatro em permanente reforma, não conseguimos reapresentá-lo. É muito frustrante! Como funcionaria esse circuito cultural? A Secretaria Estadual de Cultura (ou produtor/a) faria um mapeamento dos municípios com teatro e disposição para participar do circuito. Cada município ficaria responsável por receber os grupos, oferecendo hospedagem, divulgação, condições para a apresentação do espetáculo etc. Também daria apoio para a montagem dos espetáculos e transporte para seus grupos se deslocarem para apresentações em outros municípios. Por exemplo: se Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba fizessem parte do circuito, enquanto um grupo de Angra dos Reis se apresentasse em Mangaratiba, esta se apresentaria em ParatY, e este, em Angra dos Reis. E assim, com todos os municípios. Ou seja, cada final de semana um grupo se apresentaria em um município diferente. Se a prefeitura quisesse contemplar mais de um grupo de teatro, a cada semana ou de quinze em quinze dias, um deles se apresentaria. Os conselhos municipais de cultura estabeleceriam critérios para a seleção dos espetáculos. Para o pagamento dos artistas/produtores, poderia ser estabelecido um cachê mínimo para cada grupo; se a bilheteria não atingisse este valor, o município/estado/patrocinador complementaria o restante. A experiência da FITA é um bom exemplo de organização e de que um projeto deste tipo pode dar certo. O público angrense já demonstrou que gosta de teatro. Falei do teatro, mas outras manifestações artísticas podem participar também. Claro que isto é só o esboço de uma ideia. Nossa fundação de cultura certamente dispõe de técnicos competentes para avaliar a viabilidade do projeto.

Iremar de Paula – Ex-ajudante de pedreiro.

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