Fui ao Arraial da Cidade, para assistir a apresentação das quadrilhas, alimentando a esperança de que veria algo diferente do que vi no ano passado, quando assisti a dançarinos acometidos por uma sarna incontrolável, pisoteando fogueiras imaginárias. Parecia que, atingidos por uma praga árabe, as pulgas de mil camelos infestaram seus fundilhos e seus braços eram muito curtos para coçar.
Ledo engano. No sábado, vi um grupo de São Paulo, “resgatando” a cultura do Walt Disney. Isso mesmo! Em vez de Luiz Gonzaga, Dominguinhos etc., Robert Sherman e Paul J. Smith embalavam os “caipiras” da Disneylândia. No domingo, o grupo era do Rio. Uma versão carnavalizada de alguma coisa.
Desejava assistir um arrasta-pé, embalado por um forró de pé de serra. Chapéus de palha, gravatas feitas com caixas de fósforos, camisas xadrezes, alpercatas, dedões envolvidos em trapos embebidos em mertiolate, simulando ferimento provocado por topada, cigarro de fumo de rolo – o pacaia -, maquiagens exageradas... Enfim, a simplicidade sertaneja com uma pintada de caricatura.
Ano que vem, quem sabe...
Em tempo: assisti apenas estes dois espetáculos.
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