Políticos & baratas
Galinha que acompanha pato, e eu te direi quem és.
“Bem, se eu não tiver densidade política e o partido decidir, eu
poderei, sim, ser vice, do Fernando Jordão ou de OUTRA PESSOA.” Esta
resposta dada à jornalista do Maré (27/1/12, p. 3), pelo afilhado do
Garotinho – meu Deus! -, Aurélio Marques, ratifica o que tenho comentado
aqui sobre a frouxidão das convicções ideológicas de grande parte dos
políticos profissionais do nosso município. Farejando os odores do
poder, seguem para onde o nariz apontar. É impressionante a
versatilidade e capacidade de adaptação aos diferentes ambientes, destes
simbióticos espécimes. Fala-se muito sobre o poder das baratas de
resistirem a hecatombes nucleares, mas elas são fichinha, em comparação
com esses sincréticos políticos. Sem nenhum pudor, recato ou rubor
facial, eles navegam ao sabor das conveniências pessoais. Mais
surpreendente ainda é a competência necessária para, além de elaborar um
programa de governo, seguindo as diretrizes de seu partido, tal
político dispor de condições para defender e desenvolver, os programas
de governo de quaisquer outros partidos, no cargo de vice. Fico
imaginando como esse eclético cidadão participaria de um debate com seu
oponente. Como é que ele apontaria falhas no programa de governo do
partido oposto, se ele poderia estar do outro lado, defendendo-o? Por
mais ginástica intelectual que eu faça, não consigo compreender. Enfim,
pedra que muito se muda, o rabo aparece.
Iremar de Paula – Ex-lavador de copos (americanos) em sorveteria.
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