terça-feira, 15 de maio de 2012

Kudumundo: um exemplo!


     Kudumundo é um lugarejo no centro de Bundalelê, condado de Senver Gônia. Situado à esquerda de quem vai e à direita de quem vem; ao sul de quem fica e ao norte de coisa alguma. Belezas naturais e orçamento de primeiro mundo, Kudumundo possui características peculiares. Os empreiteiros e fornecedores de Kudumundo não têm do que reclamar; são exemplos de prosperidade. As crianças de Kudumundo sonham: “Mamãe, quando eu crescer, quero ser empreiteiro”. Isso, meu filho!, responde a mãe. 
     O gerente de Kudumundo, em matéria de administração, padece de incontinência fecal; é omisso, mente, persegue e, em fim de reinado, aguarda apenas que o mar pegue fogo, pra comer peixe frito numa das ilhas aquinhoadas por apresentador narigudo. Seus colaboradores, idem. 
    Aspones de Kudumundo são contratados de acordo com a capacidade de arrebanhar votos: pastores, líderes comunitários, deformadores de opinião, além de parentes, afetos etc. Há também os contratados por saberem demais e que ameaçam dar com a língua nos dentes. Inconfidentes. 
      O conselho de Kudumundo não tem problemas financeiros. Pelo contrário! Se lançasse papéis na bolsa de valores, seus acionistas seriam milionários, porque o gráfico que indica suas variações orçamentárias é representado por uma reta ascendente. Íngreme. Apesar da improdutividade. Caso raro, na opinião de economistas. 
      Parte dos membros do conselho dedica-se prioritariamente a manter a harmonia com a Gerência, batizar ruas pagãs, distribuir cafunés por intermédio de moções de aplauso, títulos honoríficos, chaves de Kudumundo etc. Eventualmente, quando são contrariados, conselheiros fazem beicinho. Cada conselheiro pode empregar mais de trinta cabos eleitorais. 
      A saúde, a educação, a cultura, o esporte, o transporte são o caso à parte: um caso de polícia! 
    A população de Kudumundo é pacata, dócil, resignada, leniente... 
      Diz a lenda que, aquele que bebe água de Kudumundo, fica. Nepotismo, improbidade, corrupção... beberam. 
        Esta é Kudumundo! Visite-a. Antes que acabe. 

Iremar Paula Chato do Contra – direto de Kudumundo.

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