Fichas Limpas, onde?
Sobre a notícia de que o Senador Cristovam Buarque teria caído na ficha limpa. (O Globo de hoje, 1 de março)
Se a lei da ficha limpa for aplicada com o rigor necessário, poucos políticos poderão concorrer a algum cargo eletivo. Para citar o exemplo da Câmara Municipal de Vereadores, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estimava em R$ 400.000,00 (isso mesmo! qua-tro-cen-tos mil!!), o valor dos gastos com “Comunicação e Publicação Legislativa” (sic), em 2011. Que ações desenvolvidas pela Casa do Povo mereceram publicidade? Batizar logradouros públicos pagãos? Conceder Moção de Aplauso? Título de Utilidade Pública? Chave da Cidade? Cidadão Angrense? A CMAR fiscalizou a PMAR? Aprovou alguma lei importante para o município? Ou o que predominou foram trocas recíprocas de cafunés e afagos com o Executivo? Se não havia algo digno de publicação, o dinheiro foi gasto com o quê? Curiosamente o valor estimado para “Comunicação e Publicação Legislativa” (sic), para 2012 é de R$ 35.400,00. Qual a razão desta queda? Os nobres edis perceberam que consumir o erário, dando visibilidade à improdutividade legislativa, estariam atirando contra os próprios pés? Vilipendiando ainda mais o contribuinte? Ou em 2012 pretendem “produzir” menos? A PMAR, pretendia mais de R$ 3 milhões!!!!! para publicidade em 2012. Felizmente, não levou!
Tenho ou não tenho razões para pensar que a CMAR e a PMAR têm mais o que esconder do que publicar?
Lamentavelmente, grande parte das ações tem respaldo legal ou envereda por alguma fissura jurídica. Para citar um exemplo, a CMAR acrescentou um jabaculê de R$ 5 milhões ao seu já superestimado – e bota estimado nisso - orçamento. E é legal!!! Mais legal ainda para os vereadores.
Legal, senhores, mas I-MO-RAl!! I-MO-RAL, repito. Para não dizerem que só falei de obscenidades, faço justiça, informando que A CMAR estima em R$ 4.000,00!!!!!!!!! os gastos com “Apoio Cultural”, em 2012.
Concluindo, espero que num futuro próximo possamos julgar as ações, não apenas baseados nos preceitos legais (afinal, as leis são criadas por quem?), mas adotando princípios morais, éticos. Não uma ética minha ou sua, mas uma ética universal. Lembrando Kant: “Agir somente segundo uma máxima tal que possamos querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei universal”.
Já é um bom começo.
*Iremar de Paula
P. S.: Para adjetivar um político sem-vergonha qualquer palavrão é eufemismo.
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